quarta-feira, 28 de novembro de 2007

COMO ODEIO BANALIDADES!

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Eu, que sou mais banal e vulgar, que a mais banal das mulheres.
Eu, que sou tão comum, que nem preciso olhar-me ao espelho,
Igual que sou a tantas outras, com que me cruzo,
E das quais não me distingo.
Odeio banalidades!
Odeio as frases feitas de quem pergunta:
- Olá como está? E não quer saber.
Odeio os bons dias, as boas tardes, as boas noites,
Ditos sem pensar, ou a pensar em coisa nenhuma,
Ou a pensar noutra coisa qualquer que não o desejo,
Que o dia, a tarde, ou a noite,
Corram bem e sejam bons.
Eu odeio frases feitas!
Odeio vizinhas à janela!
Odeio as amigas e amigos nos cafés, nos bares, nos autocarros,
Com vidas tão fúteis e pequeninas que dissecam as dos outros.
Que cortam a casaca dos melhores amigos,
Pedaço a pedaço.
Achando que os amigos, são os melhores amigos, e nunca
cortariam as deles,
Mas cortam!!
E são más-línguas, maus caracteres, sem carácter!
Eu odeio vizinhas a bisbilhotar à janela!
E as pessoas que passam?
As pessoas anónimas que percorrem as ruas em zig-zag evitando
pedintes e mãos que se estendem?
E que colam a mala ao corpo achando que ser pobre é ser ladrão.
E se aconchegam na roupa comprada na Zara, ou nos mercados de rua.
Mas muito sua!
E são caridosos, piedosos, apiedados,
Compreensivos com a desgraça alheia se não tiverem de dar um cêntimo,
E a caridade for só da boca para fora!
Eu odeio a caridade hipócrita da multidão!
E os gajos?
Os gajos mesmo gajos!
Os gajos na verdadeira acepção da palavra!
Os que se sentam em esplanadas ou se encostam em montras esperando as mulheres,
As deles.E discretos apreciam pernas e cus das outras,
As que passam.
E lambem os beiços, e coçam os tomates, e pensam ou dizem:
- Esta gaja é muita boa!
Como odeio a frase ”esta gaja é muita boa”!
Dita por gajos que em casa têm mulheres que nem olham,
E às quais nem falam.
E que na cama despacham sexo e mulher,
Despejando o desejo das gajas boas que comeram com os olhos na rua.
Ah! Como eu odeio estes gajos!
E as gajas?
As santinhas, as pudicas, as que têm sempre na ponta da língua um:
Ai credo, um julgamento, uma condenação.
As que são contra o aborto, contra a pílula,
Contra tudo o que seja sexo!
Escrito, pintado, feito, falado.
E quando têm “maus pensamentos” correm às sacristias:
- Sr. Padre, sonhei que estava a fazer sexo oral.
Confessam.
Como se sexo oral fosse um pecado capital,
Esquecendo que só o peixe morre pela boca.
E lavam as mãos nas pias,
E cumprem todas as penitências,
Mas falam do sexo da vizinha que é uma descarada.
E são donas de verdades absolutas.
E nunca têm dúvidas.
E só dizem…
B A N A L I D A D E S!
Ah! Como odeio falsas santinhas e ratas de sacristia!
E eu?
Eu que sou banal, normal, vulgar,
Odeio a vulgaridade!
Mando à merda quem me chateia!,
Escrevo asneiras se me dá na gana!,
Para um sacana sou sacana e meia!,
E como eu odeio sacanas!
Aqueles de falas mansas e que parecem uns santos,
E dão a roupa toda e ficam em pêlo,
Pelos outros.
E em casa vão ao pêlo às mulheres
E deixam-nas:
Negras de pancada,
Negras de dor,
Negras de pavor.
Ah …Se eu pudesse dava um tiro nos cornos desses sacanas!
E a outros:
Aos abusadores, aos ladrões de inocências,
aos que roubam infâncias e semeiam pesadelos.
A esses, castrava-os!
Aos do passado, aos do presente, aos do futuro.
Já que a justiça não castra senão a esperança de justiça!
Eu, que sou mais banal e vulgar, que a mais banal das mulheres.
Eu, que por fora ninguém distingue, ou olha duas vezes ao passar.
Odeio banalidades!
.
Encandescente
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sábado, 24 de novembro de 2007

DESEJO

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O meu olhar cai sobre ti
como água fresca de Verão
desliza sobre o teu corpo
possuindo-te no abandono
Tudo em ti é fascínio
porque tudo exclusivamente os cabelos,
o brilho dos olhos os lábios,
pétalas rosa a sombra que desliza dos seios
e o tesouro intímo e mágico
que ocultas tão meigamente
na elevação planetária de deusa
O meu olhar cai sobre ti
perpassando corpo e essência suave,
ternamente, comendo-te
Derivas para dentro de nós
realizas não haver distâncias
quando assim somos encontro
vivendo este morrer e nascer
entre suspiros feitos gemidos
tão loucos tão sentidos
.
Manuel Martins Gaspar Tomé
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sexta-feira, 23 de novembro de 2007

MUITO ALÉM...

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Bem sei que além do teu nome
Há outros que não aprendi.
Assim como há outros rios, outros sóis,
Outros bosques e girassóis em nevoeiros.
Sei que além de ti existem maravilhas
Que não me podes dar e, também,
Negruras de solidão e ilusão,
Mas quero-te muito além do que não és,
Pois afinal, nada te pedi.
Sei que além do teu corpo
Há outros tesouros que eu não mereço.
Outras colinas, outras queimadas, fuligens:
Lágrimas para mancharem o rosto,
Amo-te, ainda, por aquilo que desconheço.
Ao teu lado, os ipês douram agosto...
Há dores a sentir e a natureza nada mudou,
E vivo muito além de apenas existir...
Cuida do coração que te dou.
.
Antonio Miranda Fernandes

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quinta-feira, 22 de novembro de 2007

MEU DEUS, ME DÊ A CORAGEM

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Meu Deus, me dê a coragem
de viver trezentos e sessenta e cinco dias e noites,
todos vazios de Tua presença.
Me dê a coragem de considerar esse vazio
como uma plenitude.
Faça com que eu seja a Tua amante humilde,
entrelaçada a Ti em êxtase.
Faça com que eu possa falar
com este vazio tremendo
e receber como resposta
o amor materno que nutre e embala.
Faça com que eu tenha a coragem de Te amar,
sem odiar as Tuas ofensas à minha alma e ao meu corpo.
Faça com que a solidão não me destrua.
Faça com que minha solidão me sirva de companhia.
Faça com que eu tenha a coragem de me enfrentar.
Faça com que eu saiba ficar com o nada
e mesmo assim me sentir
como se estivesse plena de tudo.
Receba em teus braços
o meu pecado de pensar.
.
Clarice Lispector
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terça-feira, 20 de novembro de 2007

CPI

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Eu vou colher o teu depoimento,
traçar o rumo da investigação.
À tua fala ficarei atento
a ver se apanho-te em contradição.
.
Se não convences, por requerimento,
te chamarei para acareação.
E com ou sem o teu consentimento
quebro o sigilo do teu coração.
.
Eu titular e nunca o teu suplente,
teu relator e o teu presidente,
bato o martelo nessa comissão.
.
Eu tranco a pauta,
fecho o expediente
e dispensando cada depoente,
beijo tua boca em absolvição.
.
Antoniel Campos
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domingo, 18 de novembro de 2007

É O ÊXTASE LANGOROSO

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É o êxtase langoroso
É a fadiga amorosa
São todos os arrepios do bosque
Entre os abraços das brisas.
E para o lado das inquietas ramagens
Há um coro de pequenas vozes.
.
Oh fresco e frágil murmúrio
Tudo Chilreia e assusta
Assemelha-se ao doce grito
a aspirar da agitação da erva...
Dirias, sob um redemoinho d'água
Um surdo rolar de seixos.
.
A alma a lamentar-se
Nessa queixa dormente
É a nossa, não é?
É a minha, dize, é a tua,
d'onde se exala a humilde antifona
Tão baixinho, nesta noite morna?
.
Paulo Verlaine
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sábado, 17 de novembro de 2007

É O AMOR

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É o amor
Numa folha outonal
Leve, como se todo o vento
Suspendesse a eternidade
.
É o amor
Num floco de neve real
Que voa e num momento
Suspende toda a saudade.
.
É o amor
Aberto na Primavera floral
Prado verde que em crescimento
Suspende toda a castidade
.
É o amor
Nas dunas escondido do sal
Camas, do verão alimento,
Suspensas na sensualidade.
.
É o amor
Sem nostalgia nem mal
Só de entrega firmamento
Só de estrelas propriedade,
Sem enganos nem medos,
Sem lágrimas nem segredos,
De nossos corpos movimento
De nossas almas verdade.
.
E se o nosso amor ao amor
Uma dia perguntar, afinal ,
Se nunca houve lamento
Se não houve fragilidade,
Ele dirá em alta voz,
Respondendo com vaidade,
Que só nos tivemos a nós
E que ele surgiu dos pós
Que levantou nossa vontade
.
É este o amor
É esta brisa imortal
Soprada de nós sem ser vento
De nossas almas unidade
.
Dameuntango
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quinta-feira, 15 de novembro de 2007

QUEM MORRE NÃO TEM FUTURO

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Quem morre não tem futuro
Quem nasce não tem passado
Pode ser um quarto escuro
Ou num quarto iluminado
Pra uns a vida é um enduro
Pra outros é um feriado
Quem morre não tem futuro
Quem nasce não tem passado

Quem só compra coisa a "juro"
Vive sempre endividado
Quem vive encima do muro
Um dia cai prum dos lado
Quem tem punho muito duro
Vai morrer apunhalado
Quem morre não tem futuro
Quem nasce não tem passado

Quem já caiu de maduro
Deve estar preocupado
Dar lugar pro nascituro
Todo ser foi condenado
Se o menino é prematuro
Passa um tempo incubado
Quem morre não tem futuro
Quem nasce não tem passado

Quem nasceu pra dedo-duro
Vai morrer um pau-mandado
Menino vai pro monturo
E volta todo breado
Nosso amor eu escojuro
Só porque não fui amado
Quem morre não tem futuro
Quem nasce não tem passado

Quem tem um coração puro
Não vai pro caminho errado
Quem vai pra Porto Seguro
pode voltar bronzeado
se não achar que procuro
volto muito chateado
Quem morre não tem futuro
Quem nasce não tem passado

Se você não cura, eu curo
se já usou, tá usado
se quer soltar, eu seguro
eu canto samba e tu, fado
Nem sei porque lhe aturo
se não estou apaixonado
Quem morre não tem futuro
Quem nasce não tem passado.

Cesar Miranda

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quarta-feira, 14 de novembro de 2007

DEMORA

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E os ponteiros que não se movem,
E os minutos que não avançam,
E o tempo que não passa...
Se o tempo sentisse esta angústia corria.
Se o tempo sentisse esta ânsia voava.
Se o tempo fosse o meu tempo
Há muito as horas tinham passado.
E os meus passos que são tão pequenos,
E o lugar que é tão distante,
E o caminho que não acaba
E os meus pés que não são asas
Para chegar num instante.
E o arrastar da demora,
E a hora que não chega,
E a distância que não acaba,
E eu voando sem asas
Até onde a minha alma me espera.
.
Encandescente

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terça-feira, 13 de novembro de 2007

AGORA

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há momentos na vida em que os sentimentos desaparecem
resta o vazio, o nada, a falta de vontade de me entregar
talvez saiba, apenas, que não vou conseguir o impossível
ou talvez tenha deixado de lutar por ti
pelo amor, pela paixão que existiu um dia
pelo corpo que nunca foi meu, mas que tanto desejei!
e agora, onde está esse desejo que me manteve viva?
a alegria de te sentir, misturada nas lágrimas de não te ter?
onde está essa força que me acordava com um sorriso
depois de uma noite de loucuras a dois?
e agora, que não te sinto em mim, encosto-me...
fico à espera, sem pressa de encontrar
essa paixão que nos alimenta, num abraço ou num beijo...
.
Corpos e Alma
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segunda-feira, 12 de novembro de 2007

CANÇÃO EM PAPEL DE SEDA

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de olhos fechados olho o que ainda não vi
com as minhas mãos de afago
desenho linhas paralelas a negro
que se tocarão quando o horizonte se tornar em fogo
e que se tornarão curvas como lábios num beijo único
faço do meu corpo a folha de papel em branco
e evoco os tons com que se pinta uma canção
usarás a tela branca da minha pele e murmurarás ao meu ouvido
faremos o quadro mais musical da galeria dos caminhos.
farei então dos dia quadros que não sei pintar
farei das noites poemas que nunca soube escrever
farei das tuas cores os meus riscos desenhados com o dedo no teu corpo.
farei dos silêncios gemidos sussurrados numa só melodia
e da minha pele farás as folhas do livro por escrever.
.
Lolita
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domingo, 11 de novembro de 2007

QUERIA

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Queria que visses com os meus olhos
E vendo pelos meus olhos
Visses os teus.
Queria que te visses como eu te vejo
Que os teus olhos se acendessem em desejo
Como o teu corpo acende os meus.
Queria que visses com os meus olhos
A cor que os teus olhos têm
Reflectidos nos meus.
.
Encandescente
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sábado, 10 de novembro de 2007

ESTA NOITE

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esta noite
passaste pela minha cama
com a leveza de um abraço
com a certeza de um beijo
com a calma de um sorriso

esta noite
dancei nos teus braços
brinquei na tua língua
arrepiei-me na tua pele

esta noite
foste amante e amigo
foste desejo e prazer
foste sexo e paixão

esta noite
fizeste da minha cama
um rodopio de emoções
fizeste do meu corpo
um turbilhão de sensações

esta noite
sonhei contigo...
.
Helena Fonseca
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quinta-feira, 8 de novembro de 2007

FALAR DE MIM

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Falar de mim
é dizer de chuvas
cores só...
.
Falar de cores
é não saber parar
inundada pelo pleno
reluz ser só reflexo...
.
Falar de mim
é ser assim sol e lua
vento, véu, céu.
.
Falar de mim
é mergulhar em magia
clamar alegria
brincar de poesia.
.
Falar de mim
é quase indecente
insustentável
é voltar no horizonte só...
.
Falar de mim
é mesclar sonhos
beijos
liberdade.
.
Bernarda Soares

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ACALMA-TE

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Toquei teus olhos
Com a luz da chuva
Eles hesitaram
Mas tocaram o chão dos teus pés
Com o brilho que dela radiava
Cantei cantigas às tempestades
Serenei teus sonhos
Lancei os trovões na tua sinfonia
Meditei teu tempo
Fui alarido dentro de mim
Canção de ninar dentro de você.
Findei a tempestade
Sorvendo as nuvens
Com os lábios melífluos de tua face
Esta, perolada
Dava sentido às estrelas
E vida ao céu fatigado.
.
Agora durma:
Anoitece em mim
E me deixa amanhecer em você.
.
Alex S. F.
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terça-feira, 6 de novembro de 2007

CORPO EM CHAMAS

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Procuro-te em meio aos devaneios
e te encontro em meus anseios,
bate forte um coração tumultuado,
que traz nele, teu nome tatuado...
.
As entranhas que te querem possuir,
soam estranhas sem te ouvir,
pela falta que fazes em cada hora
onde me perco de saudades, agora...
.
Dilacera-me o peito este desejo,
de sentir-me tua em teu beijo
por descobrir em meio a este intenso frio,
da maior dor é o teu vazio.
.
Meu corpo ainda te chama e,
na intensa chama mais reclama
por não ter-te aqui, inteiro ...
morrendo vazio, em desespero.
.
Lara Cardoso
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segunda-feira, 5 de novembro de 2007

O TEMPO DA ETERNIDADE

Trouxe este poema lindo de um amigo virtual que escreve divinamente, ele toca a alma.
Deixo aqui o endereço de seu blog, para quem quiser ler mais e mais poemas.
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Hoje aprisionei o tempo
Numa simples gota de orvalho
Pedi à lua, roguei às estrelas
Encontrassem teu coração magoado
.
Secretamente recolhida na noite
Delicada gota com a luz da ternura
Fiz calar a voz do sentido pranto
Ribeiro que transporta a água mais pura
.
Os murmúrios de uma história secreta
Pararam na parte em que estavas feliz
Uma flor depositou no vento a semente
Leva a cor que com tua alma condiz
.
Denso aroma de laranjeira
Parei a dor e a saudade
Retive um radioso sorriso teu
Para adornar a eternidade
.
Será que parei também a eternidade?
Teus olhos fechados reverberam a luz
Todos os caminhos têm um sonho
A brisa na sua passagem o teu coração seduz
.
Um aguaceiro ficou suspenso
O dia parou radiante
Detida a maré do desencanto
O mundo ficou cintilante
.
Um beijo ficou aguardar
Um abraço suspenso no ar
Uma errante nota parou no sopro
Um barco aguarda o navegar
.
Dormi tranquilamente sobre o vento
Coberto por este adormecido encanto
Dias, campos e estações esquecidas
Moldei meus sonhos no riso e pranto
.
Uni as ondas em aconchego
Pela terra da tua lembrança fiquei
Soltei o tempo no crepúsculo do pensamento
Juntei os perdidos sonhos que um dia te…dei…
.
O Profeta

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domingo, 4 de novembro de 2007

VEM ME AMAR

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Vem,
Eu te quero quente
Ardente
Ou fica longe, de vez...
Se vieres,
Que tuas vestes sejam a noite,
Teu cheiro o sereno,
Teu olhar,
A brisa do mar...
Vem matar a minha sede
Vem consumir meu desejo
Vem me amar...
Vem possuir meus sentidos
Vem sonhar sonhos queridos
Me toma inteira em teu ser

Quero o teu beijo molhado
Quero este corpo suado
Tu és o meu bem querer

Quero te amar com loucura
Vou serenar tua fúria
Vou, simplesmente, te amar!
.
Emilia Possídio
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sexta-feira, 2 de novembro de 2007

QUANTO TEMPO

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quanto tempo,
antes que a luz do dia, breve,
abandone os nossos corpos
ou a noite deixe de serestas horas benevolentes
nas quais nos perdemos?
quanto tempo
até que a hesitação
mostre a face da sua insignificância
frente às horas,e o dia se mostre surpreendemente curto
para os gestos de amor?
quanto tempo ainda se passará
neste jogo de espelhos
para que percebas o outro,
e o tomes nos lábios?
quanto tempo
até que não haja mais tempo?
.
Silvia Chueire
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quinta-feira, 1 de novembro de 2007

SAUDADE...

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Saudade é um pouco como fome.
Só passa quando se come a presença.
Mas às vezes a saudade é tão profunda
que a presença é pouco:
quer-se absorver a outra pessoa toda.
Essa vontade de um ser o outro
para uma unificação inteira é um dos sentimentos
mais urgentes que se tem na vida.
.
Clarice Lispector
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