sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

QUANDO VIER A PRIMAVERA

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Quando vier a Primavera,
Se eu já estiver morto,
As flores florirão da mesma maneira
E as árvores não serão menos verdes que na Primavera passada.
A realidade não precisa de mim.
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Sinto uma alegria enorme
Ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma
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Se soubesse que amanhã morria
E a Primavera era depois de amanhã,
Morreria contente, porque ela era depois de amanhã.
Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo?
Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo;
E gosto porque assim seria, mesmo que eu não gostasse.
Por isso, se morrer agora, morro contente,
Porque tudo é real e tudo está certo.
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Podem rezar latim sobre o meu caixão, se quiserem.
Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele.
Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências.
O que for, quando for, é que será o que é.
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Alberto Caeiro
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Um comentário:

Anônimo disse...

Puxa! Não é que o texto traz uma bela reflexão sobre a morte. Morremos, e o mundo continuará sendo mundo. Não deveríamos nos preocupar com o que deixar, então.

Claro que nossas vidas devem ter alguma coisa diferente; algo pra deixarmos qdo morrermos. Uma história, uma idéia... mas a morte, qdo vir, não mudará o rumo da humanidade. Mto legal isso :)

Sil... FELIZ NATAL pra ti, lindinha! Próspero ANO NOVO, com mta paz, alegria, sucesso, música, poesias... e tudo o mais que desejar pra ti :)

Beijão, e até o ANO QUE VEM o/