terça-feira, 31 de julho de 2007

OCEANO DE TI

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Suspira meu ser pelo teu toque,
Teu beijo, teu afago,
Tuas mãos em meu corpo desbravando os sentidos,
Despertando minha alma,
Acordando minha vida...
Arqueio-me, curvo-me sobre ti,
Qual noite estrelada sobre o amado.
Minha boca sorve teus beijos
Ansiosa pelas promessas do que virá.
Meu corpo... teu corpo, em espasmos,
Diz versos de amor a cada entrega.
Teu corpo, meu oceano,
Quebra-me em marés violentas e repetidas sem
repetição.
Busco-te em ânsia crescente.
Sinto-te pleno de amor, o amor que é meu.
E me torno em tuas vagas, maremoto,
Ondas a rebentar nas tuas rochas,
A morrer nas tuas profundezas
Para viver na imensidão do teu oceano.
.
Gata Feliz ®

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segunda-feira, 30 de julho de 2007

EM TEUS LÁBIOS QUENTES...

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Em teu lábios quentes me acendiem
tua boca de fogo me queimei
que importa toda a dor que sofri
se foi nesses beijos que eu amei
Entregaria outra vez só a ti
cada beijo, cada rosa que te dei.
Em cada beijo uma rosa te colhi
em cada rosa um beijo te entreguei
Que importam as lágrimas e a dor
as noites inteiras que nao dormi
e que na cama amanheci só... sem ti
Só em teus labios senti o calor
que acende a chama,... meu amor,
do amor que só contigo eu senti...
.
Dameuntango

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domingo, 29 de julho de 2007

O QUE EU TENHO

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Não tenho astros para entregar-te
Nem poemas sem pesos de outros já escritos.
Tenho um coração viciado em amor
Nas linhas que dizem de nós.
Na boca um beijo guardado para tua boca
E no corpo segredos teus.
Digo das horas em amores que passam
E em amores que ficam além.
Tento encontrar sentimentos
Que digam o que não sei, o ainda não dito.
Vou com o tempo em tua direção
Na reta que as curvas imprevisíveis
Reconhecem em dias quietos
No brilho da noite afora que faz dia
Nascer da palma da mão.
Visto o branco do dia visto por esquimós
Em perfumes que reconhecem
Damas da noite em florescer.
Tenho pouco, o suficiente para acontecer
Em teu suor que inebria este desejo de ti.
Não tenho astros...
tenho-te amor...
.
Eliane Alcântara
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sábado, 28 de julho de 2007

SER MULHER...

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Nasci mulher, é fato
Gameta indiscutível,
Cometa irremediável,
Soneto jamais escrito.
Cresci menina, concordo,
De pernas cruzadas,
Cabelos alinhados,
Pelos depilados.
Vivi madura, é certo.
Aprendi a traçar os olhos,
A disfarçar as lágrimas,
A não borrar a maquiagem.
Sonhei criança, feliz.
Escrevi meus passos,
Acreditei nos planos,
Colhi meus frutos.
Provoquei emoções, faz parte.
Ensinei meus truques,
Repiquei batuques,
Batalhei com arte.
Briguei na vida, gritei.
Enfoquei os problemas,
Resolvi os teoremas,
Me entreguei a poemas.
Quebrei espelhos, de raiva.
Escondi a dor,
Distribuí amor,
Superei o tempo.
Amei demais, está em mim.
Mulher sem amor não existe.
Atraí desejos, por capricho,
Ou não, por pura paixão.
Caminhei e caí, me ergui.
E não pretendo mudar.
Arregacei as mangas tantas vezes,
Que já nem sei desenrolar.
Mas...quer saber?
É uma delícia ser mulher!
Não troco por nada, por ninguém.
Volto assim mil vezes, se puder.
E quando o véu da noite,
De inveja e despeito me levar,
Que o amor que distribuí,
Os frutos que plantei,
venham, enfim, me regar.
.
Lilian Maial
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sexta-feira, 27 de julho de 2007

ABSURDAMENTE

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Despejo aqui palavras de amor.
Se as palavras fossem água
Ter-te-ias já afogado,
Se fossem estrelas
Terias sempre o dia.
Escrevo aqui palavras absurdas.
Absurdamente grandes
Absurdamente apaixonadas
Absurdamente arrebatadas.
Quem sabe não te arrebatem
Não te elevem
E navegues essas águas
E cavalgues essas estrelas
E venhas matar-me a sede
E acender o dia em mim
.
Encandescente
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JURAS

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Mesmo se eu pudesse escolher
entre os teus beijos longos
ou teus abraços quentes
ainda me faltaria optar
por teu corpo inteiramente meu.
E se em escolha eu pudesse ficar
com todo o teu sentir,
juro-te amado meu,
me faltaria o ar que tu possuis
e o chão que tu pisas
quando pensamentos inundam-te a alma
e sou uma menina perdida em interrogações
com o vago olhar em tuas manias soltas
a alisar meus desejos mais secretos.
Pequena sabedoria
que quer beber-te para existir em teus lençóis,
em tua carne macia,
minha morada,
meu abrigo,
meu todo
e meu início
a desvirginar minhas faces
em uma única que é tua!
Ainda que eu escolhesse
nunca ficaria apenas com teu sonhar...
Cabe-me todo teu ser.
.
Eliane Alcântara
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quinta-feira, 26 de julho de 2007

NA TUA CAMA

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Que desejos povoaram a tua noite
E a tua cama?
Que fantasias teceste na noite
E na tua cama?
Que corpo tocaste na noite,
sentiste na noite
E na tua cama?
Diz.
Que sonhos, sonhaste
Que fantasias teceste
Que corpo tocaste
Na noite
E na tua cama?
.
Encandescente
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quarta-feira, 25 de julho de 2007

MEU HOMEM

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Quero que seja apenas homem,
sem me sufocar.
Pode usar a força,
sem me esmagar.
Quero que me seduza
apenas com um olhar.
Que me chame de sua
e não me abandone nua.
Que me vire pelo avesso
e se descortine por inteiro.
Que me fale belas e deliciosas mentiras
ao pé de ouvido,
que faça isso sorrindo,
com muito charme e suspiros.
Que me chame de cigana
e me atire na cama.
Que me desfaça os laços,
sem nem um embaraço.
Que me traduza em gestos os pensamentos ladinos.
Que brinque como um menino,
e arteiro se confesse.
Que me chame para dançar
e me faça flutuar.
Que seja homem, menino, amante, companheiro.
Mas que ame e eu o ame tanto,
que nada no mundo o desespero, a não ser o passar das horas
longe do meu colo.
.
Helena Kluiser
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terça-feira, 24 de julho de 2007

SONETO DE AMOR

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Não me peças palavras, nem baladas,
Nem expressões, nem alma...Abre-me o seio,
Deixa cair as pálpebras pesadas,
E entre os seios me apertes sem receio.
.
Na tua boca sob a minha, ao meio,
Nossas línguas se busquem, desvairadas...
E que os meus flancos nus vibrem no enleio
Das tuas pernas ágeis e delgadas.
.
E em duas bocas uma língua..., - unidos,
Nós trocaremos beijos e gemidos,
Sentindo o nosso sangue misturar-se.
.
Depois... - abre os teus olhos, meu amado!
Enterra-os bem nos meus; não digas nada...
Deixa a Vida exprimir-se sem disfarce!
.
José Régio
(adap.)
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segunda-feira, 23 de julho de 2007

POEMAS DE SALIVA

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Deslizo poemas de saliva
No rascunho da tua pele
Rimas profanas, estrofes abissais
O sentido profundo de um verso
Fala a língua dos teus gestos
Em convulsões gramaticais
.
Poemas recatados na tua pele sem pecado
Poemas de navalha no teu corpo sem perdão
A figura de linguagem do desejo
Fala a língua do meu beijo
Sem tradução
.
Ricardo Kelmer
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domingo, 22 de julho de 2007

IDADES...MOMENTOS


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Que idade eu tenho
não tenho idade, tenho momentos
sou a soma de todos os momentos
por mim vividos.


Eu tenho dentro de mim todos ele vivos
Sou o momento do instante certo
como amante, momento adolescente
o sábio momento, como mulher madura.


Sem ser infantil tenho meus momentos de criança
e assim vivo a minha vida, adequando a situação
ao compatível momento, e vivo sempre,
ajustando a razão as coisas do coração.


Com a liberdade da intuição
sem qualquer pretensão
apenas o compromisso com o presente
Vivendo a minha vida sempre com paixão.

.

Joe'A

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sábado, 21 de julho de 2007

QUE COISA É O AMOR

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Que coisa é o amor,
meio parente da dor,
que a ti e a mim não tocou,
que não soube
nem quis
nem pôde.
Por isso não estás comigo.
Porque não conhecemos e no tempo
que perdemos cada qual viveu sua parte.
Porque não se pode apagar
o que nunca foi aceso,
porque não pode ser sadio
o que nunca apodecreu.
Porque nunca entenderias meus cansaços,
minhas manias,
porque a ti deu no mesmo
que eu caísse no abismo.
Esse amor que desprezaste
porque nunca me procuraste
onde eu não teria estado
nem me teria apaixonado.
Por isso não estás comigo.
Por isso não estou contigo.
.
Liliana Felipe
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SE SOUBESSES...

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Se soubesses do meu medo e da minha dúvida...
serias assim como uma estrela
percorrendo meu céu escuro,
em busca de decifrar-me com tua luz numinosa.
Não sabes (ou será que sim?)
o quanto teu brilho me ilumina,
o quanto me atrai teu corpo celeste,
e quanto me apavoro diante da incerteza
dos teus movimentos
e quanto minha própria incerteza me enche de dúvidas.
Talvez melhor que não saibas,
permaneçamos assim,
eu céu escuso,
tu estrela radiante,
ambos desvairados,
não tenho a certeza de pulsar em mim
o ardor sem dúvidas,
não tenho a coragem
de ousar-me entre teus fulgores incertos.
.
Silvio Gurjão

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sexta-feira, 20 de julho de 2007

CARTOGRAFIA

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Deixe que meus versos acariciem teu pescoço

para que cada palavra de minha boca busque

os segredos profundos de tua pele.

Em verbos e adjetivos mapearei a geometria de tuas formas.

Delirando entre sonhos e verdades e desejos e loucuras, e vivências.

Entre o toque da caneta no papel e o de minha língua em tua lí­ngua

Vai uma distância tão curta que escala alguma representará.

Derrubando fronteiras com rios de prosa e versejar

Traçarei meandros de corpos em corpos estremecendo as atmosferas de nossos toques.

E quando o último verso meu escorregar de tuas pernas

Eu me afastarei e contemplarei cada linha eterna de tua beleza,

eternamente gravadas em mim.

E saberei não haver distância entre minhas palavras e tua boca.

.

Paulo Mont´Alverne


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quinta-feira, 19 de julho de 2007

O SONHO DA LOUCURA

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Escuta,
o amor é uma palavra gasta em
bocas vazias do eterno e cheias do eu.
Sentimento que se esgueira entre idéias confusas,
desequilí­brio e a ilusão da tecnologia do horror.
Horror de se desvendar.
Horror de se entregar.
Horror de precisar sonhar a dois em um.
Horror de mostrar o lado negro do ser
e não suportar a pressão de consciências
despertas para as verdades absolutas.
Mas o que sei?
Sou apenas uma louca
que esteve três segundos consciente
e lhe viu escrever uma cena final.
Você sorriu no sonho
e eu acompanhei a loucura.
.
Bernarda Soares

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quarta-feira, 18 de julho de 2007

SONETO DE AMOR

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Talvez não ser é ser sem que tu sejas,
sem que vás cortando o meio-dia
como uma flor azul, sem que caminhes
mais tarde pela névoa e os ladrilhos,
.
sem essa luz que levas na mão
que talvez outros não verão dourada,
que talvez ninguém soube que crescia
como a origem rubra da rosa,
.
sem que sejas, enfim, sem que viesses
brusca, incitante, conhecer minha vida,
aragem de roseira, trigo do vento,
.
e desde então sou porque tu é,
e desde então é, sou e somos
e por amor serei, serás, seremos.
.
Pablo Neruda
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terça-feira, 17 de julho de 2007

MISTÉRIOS

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Uma só palavra tua
e o viver monótono
que me acompanha
ganhará as cores do arco-íris,
subirá as montanhasdo Nepal,
atravessaráa Cordilheira dos Andes,
cruzará o Canal da Mancha
e se perderáno Triângulo das Bermudas.
.

Uma só palavra tua
e meus sentidos irão explorar
a Floresta Amazônica,
fotografar o olho do furacão americano,
visualizar preces no Monte Sinai,
conferir a Muralha da China,
admirar as quedas do Niágara,
visitar as águas da romântica Veneza
e alcançaras neves do Kilimanjaro.
.
Uma só palavra tua
e o muro de Berlim que me rodeia
cairá por terra,
libertando-me das garras
do inferno de Java,
abrirá minhas asas para o vôo de Ícaro
e, queimando meus temores,
fará pousar meus amores
na clareira recém-aberta,
desenhada
pelo teu eterno sorriso
de Mona Lisa.
.
Flávio Villa-Lobos

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segunda-feira, 16 de julho de 2007

PENSAR EM VOCÊ

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Pensar em você
é acarinhar o seu corpo no pensamento
e amansar meus sentimentos
nas palavras de um poema...
.
Pensar em você
é redescobrir minha vida
na saudade dos seus carinhos;
é apertar todos os desejos
na solidão dos meus momentos...
.
Pensar em você
é conseguir por instantes
alcançar o ritmo do seu coração
e atormentar a minh'alma
na carência dos meus sentidos.
É saber ser sua mulher
e sua criança,
mesmo nessa distância enorme
que nos separa e nos aproxima
ao mesmo tempo.
.
Pensar em você
é amar sua vida,
beijar sua boca,
chupar sua alma,
e nos pedacinhos mais gostosos do seu corpo
desonrar-lhe os segredos mais profundos,
nesse momento de espera
interminável...
.
Silvia Mota
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domingo, 15 de julho de 2007

ECLIPSE

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Tem horas que você destrói tudo,
Noutras remonta.
.
Momentos de fúria,
Outros ternura.
.
Tem horas de lucidez,
Noutras abismo.
.
Momentos de silêncio,
Outros de falas.
.
Tem horas de poesia,
Outras de rimas.
.
Momentos de luz,
Outros de cores.
.
Tem horas de toque,
Outras de música.
.
Momentos de entrega,
Outros de débito.
.
Tem horas de ser o que se é,
Outras de se fazer ser...
.

Otto Boutros
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sábado, 14 de julho de 2007

BASTA QUE ME QUEIRAS

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Queiras-me, amor,assim, de qualquer jeito.
Para mim é bastante que me queiras
e querendo ouse quebrar as barreiras
que aprisionam esse amor no teu peito.
.
Queiras-me sempre, amor, a qualquer hora,
sem ter medo de expor teus sentimentos,
libertando esses tolos preconceitos.
Vem dizer que me queres sem demora.
.
Queiras-me, amor, a cada dia mais
com um jeito atrevido que é só teu.
Então serás o dono dos meus ais.
.
Quero-te, amor, inteiro nos meus braços,
aprisionado a cada beijo meu,
ocupando em mim todos os espaços

Ana Amélia Donádio
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sexta-feira, 13 de julho de 2007

DISSE-TE TANTO!

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Disse-te tanto!
Afaguei-te
Ao tempo que aprendia um verbo
O que não te disse,
Que deixei que adivinhasses…
Eu dei-te,
Do pouco que tinha,
Tudo!
Fiz praias no teu corpo,
Moldei mares azuis
Com a cor do teu olhar…
Passeei ao acaso
Pelo ocaso do teu sono…
Fiquei feliz só a ver-te dormir…
Deambulei pela tua calma,
Imaginando areais dourados…
Eu desvendei todos os segredos,
Tornando-os nossos!
Um dia destes,
Talvez eu tenha uma história bonita
P'ra lembrar.
O tempo sempre cuida de amansar a dor,
Quase que a apagando…
Um dia destes, talvez a conte,
Com imensa saudade
E um brilho nos olhos...
Um dia destes, eu prometo
Que abro a porta e vou
Atrás de um sonho que perdi…
Mas hoje não.
Hoje não vou a lado algum.
Hoje quedo-me por este espaço
Até que um dia destes
Comece de novo
E, quem sabe,
Eu renasça
.
Cristina Miranda
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quinta-feira, 12 de julho de 2007

FUI EU SIM

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Fui eu sim.
Fui eu que deixei essa marca ai.
Essa marca, que questionam
Que dizem imoral
Libertina
Quase pornográfica
Assim à mostra
Assim exposta.
Mas tenho uma desculpa
Uma justificação
Uma razão plausível
Para ter feito o que fiz.
Quis ser Eva no paraíso,
Provar o fruto proibido.
E mordi-te,
provei-te
E na tua pele,
no teu corpo
E pela tua mão
No paraíso entrei.
.
Encandescente

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quarta-feira, 11 de julho de 2007

SÓ HOJE...

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(...)Só hoje tirei os teus beijos do meu corpo
Preferi dormir com eles, noite passada
A tua lingua só ficou na minha pele porque me distraí.
esqueci...
ou deixei?
ou quis?(...)
Obrigada por fazer meu superego dormir...
I see you in my dreams
Gosto de estar comigo,
contigo junto, grudado, velado
Porque ai somos mais, somos muitos
somos todos e nenhum.
.
Bela Figueiredo
(retirado do blog "Brincando com Palavras")
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segunda-feira, 9 de julho de 2007

DO CORAÇÃO DE UMA MULHER

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A bem da verdade, não sou essa mulher fatal que você pensa que eu sou.
Aquelas histórias de sedução foram todas inventadas e esse ar superior, de quem sabe lidar com a vida, é apenas autodefesa.
Aquelas frases filosóficas, foram só pra te impressionar, pra te passar essa ilusão de intelectual... na verdade eu ainda nem sei se acredito nos valores que me ensinaram, quanto mais em frases feitas e opiniões formadas!
Senta aí, vai!
Deixa eu tirar os sapatos, desmanchar o penteado, retirar a maquiagem... quero te mostrar que assim de perto não sou tão bonita quanto pareço, por isso uso todos esses artifícios.
É que no fundo tenho um medo terrível de que você me ache feia, de que você encontre em mim uma série de imperfeições.
Sabe, não quero mais usar essa máscara de mulher inatingível, de mulher forte com punhos de aço...
No íntimo me sinto uma pequena ave indefesa, leve demais para enfrentar o vento, e, deseja ficar no aconchego do ninho e ser mimada até adormecer.
Olha pra mim, às vezes minha intimidade não tem brilho algum e você terá que me amar muito para suportar essa minha impotência.
Deixa eu tirar o casaco, tirar o cansaço... essa jornada dupla me deixa tão carente...
A convicção de independência afetiva?
É tudo balela!
Eu queria mesmo era dividir a cama, a mesa, o banho...
Queria dividir os sentimentos, os sonhos, as ilusões... um pedaço de torta, uma xícara de café, algum segredo...
Ah, eu tenho andado por aí, tenho sido tantas mulheres que não sou!
Quantas vezes me inventei e até me convenci da minha identidade.
Administrei minha liberdade.
Tomei aviões, tomei whisky... troquei a lâmpada, abri sozinha o zíper do vestido... decidi o meu destino com tanta segurança!
Mas não previ que na linha da minha vida estivesse demarcada uma paixão inesperada.
Agora, cá estou eu, toda atrapalhada, tentando um cruzar de pernas diferente, um olhar mais grave, um molhar de lábios sensual... mas não sei direito o que fazer para agradar.
Confesso que isso me cansa um pouco.
Queria mesmo era falar de todos os meus medos, "dos seus medos?" você diria, como se eu nunca tivesse temido nada.
Queria te falar das minhas marcas de infância, dos animais que tive, do meu primeiro dia de aula... queria falar dessas coisas mais elementares, e te levar na casa da minha mãe, te mostrar meu álbum de retrato (eu, me equilibrando nos primeiros passos), ah, queria te mostrar minha primeira bicicleta, com truques.
Ela ainda existe!
Queria te mostrar as árvores que eu plantei (como elas cresceram!) e todas essas coisas que são tão importantes pra mim e tão insignificantes aos outros.
Ah, você queria falar alguma coisa?
Está bem!
Antes, só mais uma coisinha: estou morrendo de medo que você saia desta cena antes de mim, que você saia à francesa desta história, e eu tenha que recolocar minha máscara e me reinventar, outra vez.
.
Lucilene Machado
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domingo, 8 de julho de 2007

O POEMA

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É quando as palavras se calam
Quando só o gesto as pronuncia,
É quando o verbo tem cheiro e sabor
Que se escreve livre e sem pudor
Na pele,
Verso e poesia.
É quando o corpo morre de amor
Noutro corpo que o algema,
Que do grito nasce o verbo
Que do êxtase nasce o verso
E do orgasmo o poema.
.
Encandescente
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