Cruzaste a esquina do meu ser.
Como quem não quer nada.
Como quem só vem em passeio.
Cruzaste.
E eu cruzo a tua.
E fazes-me feliz porque - tu - só tens sentido livre.
E faço-te feliz porque - eu - só tenho sentido livre.
Tu sabes que sim, e eu sei que talvez.
Mas está tudo bem.
Porque é assim que deve ser.
Porque é assim que nos conhecemos.
Porque é assim que,
nunca sentindo os nossos corpos,
nunca nos perdemos de vista.
Porque é assim que queremos.
Agora.
.
Nuno F. Duarte
Um comentário:
Estes cardos de sol que me ferem
como sementes a rasgar a terra.
São espinhos impiedosos de rosas secas
que me coroam a pele.
Cercam-me as searas de pouco
e no chão das quatro da tarde
dançam fantasmas transparentes.
A sede é um tormento
neste mês de chuva e neve.
Seja com chuva ou neve,
Sol ou calor, que lhe desejo,
Um óptimo fim-de-semana.
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