domingo, 3 de fevereiro de 2008

AMOR

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Amor, amor, amor, como não amam
os que de amor o amor de amar não sabem
como não amam se de amor não pensam
os que amar o amor de amar não gozam.
Amor, amor, nenhum amor, nenhum
em vez do sempre amar que o gesto prende
o olhar ao corpo que perpassa amante
e não será de amor se outro não for
que novamente passe como amor que é novo.
Não se ama o que se tem nem se deseja
o que não temos nesse amor que amamos,
mas só amamos quando amamos o acto
em que de amor o amor de amar se cumpre.
Amor, amor, nem antes, nem depois,
amor que não possui, amor que não se dá,
amor que dura apenas sem palavras tudo
o que no sexo é sexo só por si amado.
Amor de amor de amar de amor tranquilamente
o oleoso repetir das carnes que se roçam
até ao instante em que paradas tremem
de ansioso terminar o amor que recomeça.
Amor, amor, amor, como não amam
os que de amar o amor de amar o amor não amam.

JORGE DE SENA, Poemas Escolhidos
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4 comentários:

Oliver Pickwick disse...

Um bonito jogo de palavras descrevendo o mais essencial dos sentimentos, o amor. Boa escolha, querida Sil.
Beijos!

®efeneto disse...

É bom saber
que a charrua dos versos
me lavra o sangue
donde brotam palavras
palavras de ter
e de guardar o tempo
sons de uma guitarra
que o vento traz

É bom saber
que nenhuma chuva
dissolve a secura dos dias
sede que sacio
nas fontes da sua amizade

É bom saber
que a espuma do poema
me faz vir aqui lhe desejar
um fim de semana cheio de palavras e amizade.

Mais uma escolha divina
beijito de amizade

Anônimo disse...

Nusss... qto amor, amor, amor... q poema mais amoroso, né?

E curti demais :)

Beijão

Divinius disse...

Gostei de ler:)
A LUZ QUE TE DEIXO É DA COR DA MINHA VIDA:)