Namoro os teus olhos na fotografia
E tu talvez nem dês contas do meu silêncio.
Contorno os teus lábios com a língua a passear nos meus
E imagino o sabor dos teus – frutas silvestres.
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Deito minha cabeça em teu peito que sinto macio,
Ouso imaginar tuas mãos a arrepiarem o meu corpo.
Na quietude do sonho de uma alma concebo o teu nome,
Tu nem sabes que te espreito a distância com saudades.
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Se há perfeição sei que ela tem o teu cheiro,
O teu jeito de andar e falar de coisas não tão importantes.
Desenho tuas medidas no encaixe aos meus pedidos
E deliro solitária a paixão que não desconfias.
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Sofro tua ausência e choro orquídeas sem cores
No desenrolar de um dia natimorto a implorar que venhas.
Violas sem querer meus segredos, desdobras minhas manias,
E eu, que apenas te aguardo um dia, fabrico versos.
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Versos com os teus olhos, tristes amêndoas,
A me sorrirem na fotografia – que tu não sabes que tenho.
Estariam eles preparados para o encontro com os meus?
Ilusionista dos meus devaneios eu sorrio. Tu virás (bem sei).
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A realidade tem o perfume do sonho!
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Eliane Alcântara.
Um comentário:
Lindo desfecho para um poema doce e sensual.
Beijos!
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