quarta-feira, 26 de agosto de 2009

SUPREMO ENLEIO


Quanta mulher no teu passado, quanta!
Tanta sombra em redor!
Mas que me importa?
Se delas veio o sonho que conforta,
a sua vinda foi três vezes santa!
Erva do chão que a mão de Deus levanta,
folhas murchas de rojo à tua porta...
Quando eu for uma pobre coisa morta,
quanta mulher ainda! Quanta! Quanta!
Mas eu sou a manhã: apago estrelas!
Hás de ver-me, beijar-me em todas elas,
mesmo na boca da que for mais linda!
E quando a derradeira, enfim, vier,
nesse corpo vibrante de mulher
será o meu que hás de encontrar ainda...
.
Florbela Espanca

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2 comentários:

Om Kempul disse...

good pic

Sylvia disse...

Que homem tera sido esse que tem assim tantas mulheres? Eu ja tive um assim! Desisti. Nao presta.