Me querem mãe
...e me querem fêmea.
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Me fazem omissa
...e me cobram participação.
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Me querem líder
... e me fazem submissa.
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Me impedem de ir
... e me cobram a busca.
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Me enclausuram nas prendas do lar
... e me cobram conscientização.
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Me podam os movimentos
... e me querem ágil.
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Me castram o desejo
... e me querem no cio.
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Me inibem o canto
... e me querem música.
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Me apertam o cinto
... e me cobram liberdade.
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Me impõem modelos, gestos, atitudes e comportamentos
... e me querem única.
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Me castram, me podam, falam e decidem por mim
... e me querem plena e absoluta.
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Que descompasso!
2 comentários:
Que poema absolutamente genial e verdadeiro!
Oi Sil,
É um poema para se pensar mesmo...
Essa deve ser a pior escravidão que uma pessoa pode sofrer, se submeter totalmente a um semelhante.
Beijos e lhe aguardo para tomarmos um café e batermos um papinho juntas, especialmente, por eu estar retornando à blogosfera...,
Ana Lúcia.
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