Descobri-me bruxa menina,
Ao perceber-me mulher,
Ao desvendar os segredos todos,
O reconhecimento da fêmea.
Saber das curvas e sinuosidades do corpo,
Conhecer a memória ancestral.
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Vi-me bruxa,
ao deixar aflorar essa parceira silenciosa,
Apontando o caminho da sensibilidade,
Dos sentidos aguçados.
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Percebi-me capaz de vivenciar as experiências,
explorar o corpo suavemente,
sentir cada dobra de pele,
deixar a água percorrer os montes e vales,
entender o prazer,
tomar posse do próprio prazer.
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Sou mulher, feita de voltas, montes, circunferências,
Sou doçura e transcendência,
O caminho da profundidade.
Não me pertencem retas ou lanças,
Aprisionamento fálico ou fóbico,rigidez,
frieza e solidão.
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Sou a qu cuida,
A que cura e suporta,
A que restitui as curvas ao mundo.
Por isso sou bruxa.
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Há que dançar e celebrar a colheita,
sentir o pulsar alegre que emana da terra,
cumprimentar as borboletas,
restabelecer a ligação com a Grande Mãe, a Natureza.
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Sou brua sim,
parte de um maravilhoso sistema encantado,
sem medos ou angústias,
em compasso com todos os elementos.
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Sou bruxa, porque me sei mulher.
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Lilian Maial
Um comentário:
Que lindo!! Poema encantador!!!rs
Parabéns pelo dom tão maravilhoso.
bjos
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