te encontraria no deserto
às dez e meia
tonto de luz
passos trôpegos
sobre a areia movediça
eu te desnudaria
meio-dia
sol a pino
e te manteria prisioneiro
até que tingisse
a tua pele o mais negro ou rubro tom
e cegasse os teus olhos o sol da tarde.
te abandonaria então
nu e insone
meio às sombras sem sonhos
onde te escondias
das noites quentes de antigos janeiros
por fim partiria
liberta de ti
e do cárcere gelado
dos interditados verões
do teu amor desejo ao avesso
ainda pulsando em mim
.
Márcia Maia
Nenhum comentário:
Postar um comentário